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Artigo com participação de docente da UFG é citado no relatório do Nobel de Física de 2021

Conquista que deve impactar positivamente o Instituto de Física e a Universidade Federal de Goiás

O diretor e professor do Instituto de Física da Universidade Federal de Goiás (UFG), Lauro June Queiroz Maia, é um dos autores de artigo citado como referência científica para embasar a escolha do Prêmio Nobel de Física 2021. A publicação em questão, intitulada “Observation of Levy distribution and replica symmetry breaking in random lasers from a single set of measurements”*, foi veiculada na Scientific Reports, em 2016 (doi: 10.1038/srep27987). O artigo foi feito por meio de uma colaboração científica entre a UFG e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Os vencedores do Nobel de Física deste ano foram escolhidos dentro do tema “For Groundbreaking Contributions to Our Understanding of Complex Physical Systems”. Os laureados são o físico italiano Giorgio Parisi (Sapienza Università di Roma) teórico dos sistemas complexos, o japonês Syukuro Manabe (Universidade de Princeton, Estados Unidos) e o alemão Klaus Hasselmann (Instituto Max Planck de Meteorologia, da Alemanha) que trabalham por um modelo físico do clima da Terra.

A escolha do Comitê Nobel de Física é baseada em um relatório conhecido como antecedentes científicos do Prêmio Nobel de Física 2021, com publicações científicas de alto impacto como referência. De acordo com o documento deste ano, o Nobel de Física 2021 se concentra na complexidade dos sistemas físicos, das maiores escalas experimentadas por humanos, como o clima da Terra, às menores, como a estruturas microscópicas e dinâmicas que ainda são misteriosas, como o vidro.

Impacto positivo

Ao ser perguntado sobre qual a sensação diante desta notícia e o que ela representa para um cientista, Lauro Maia afirma estar muito feliz. “É algo que impacta positivamente tudo o que nós fazemos, tanto o Instituto de Física, quanto a própria UFG. Esse tipo de citação é extremamente importante e mostra que o que fazemos está na fronteira do conhecimento a ponto de ser reconhecido pelo Comitê do Nobel da Academia Sueca de Ciência”, avalia o cientista.

O artigo versa sobre o estudo do efeito de laser randômico em um material inovador, o borato de ítrio (YBO3) dopado com íons neodímio, que foi sintetizado no IF UFG. O qual foi explorado como plataforma fotônica para estudos de sistemas complexos. Para isto, foi usado o modelo matemático proposto pelo Parisi, um dos ganhadores do Nobel de Física, e foi observada uma boa correlação entre as medidas ópticas de emissão laser randômico, que inclusive permite caracterizar outros sistemas lasers randômicos (nanolasers), o que inclui nanodispositivos baseados em plasmônica, cristais fotônicos e bio-derivados. A natureza estatística da emissão gerada nos lasers randômicos pode impactar em melhor resolução de microscópios, além de avanços inclusive na pesquisa do câncer. “O nosso artigo, de certa forma, contribuiu também para validar a teoria do Parisi. Esse artigo, dentre outros citados no relatório, é mais uma prova experimental de que a teoria do Parisi estava certa”, explica Lauro.

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