Editorial

Religião

Religião e política não deveriam se misturar. Uma diz respeito ao eterno, ao sagrado, ao divino. Ao mundo celestial, enfim. Outra, de certa forma é profana e se conecta com o terreno em um plano básico e mundano.

No Brasil, neste momento dramático da História, temos uma confusão entre esses dois campos que absolutamente não combinam e constrangem a ambos os lados, em que se situam pessoas cujos bons princípios não permitem a manipulação da sua fé e das suas convicções individuais.

Nesse sentido, o ex-presidente Lula da Silva decidiu não participar de eventos religiosos, de qualquer natureza, no desenvolvimento da sua campanha no 2º turno. Já o presidente Jair Bolsonaro tem um entendimento contrário e leva diariamente o seu proselitismo para os tempos e igrejas, às vezes com maus resultados, como os tumultos que ocorreram durante sua “romaria” à Básica de Nossa Senhora Aparecida, no interior de São Paulo, em pleno período eleitoral.

Em Goiás, essa mistura danosa produziu situações ridículas. Um dos candidatos a governador abusou do Santo Nome em vão, alegando conversar com Deus nas madrugadas e ter recebido a incumbência de dirigir o futuro dos goianos. No entanto, as eleições foram decididas no 1º turno, com a vitória de Ronaldo Caiado – um cristão que evita usar suas crenças para caçar votos e governa mediante critérios racionais. Bom para Goiás.

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