Aparecida

“Prefeitura se acomodou, só colhe os frutos do trabalho do passado”

A implantação dos parques industriais nos últimos 12 anos atraiu empresas com faturamento alto para Aparecida, levando a um aumento espetacular do Produto Interno Bruto (soma de todos os bens e serviços produzidos) do município – em 2009 e 2010, o PIB foi de R$ 3,8 bilhões e R$ 5,8 bilhões, respectivamente, saltando, em apenas uma década, para R$ 13,265 bilhões em 2018.
O empresário do setor de logística Osvaldo Zilli, dono da transportadora Transzilli e ex-presidente da Associação Comercial e Industrial de Aparecida de Goiânia (Aciag), lembra que ele foi um dos que trouxeram empresas para a cidade. Nos dois mandatos do ex-prefeito Maguito Vilela (2009/2016), havia muitas facilidades, recorda. Segundo Zilli, Maguito oferecia áreas para as empresas se instalarem sem burocracia e tratava a situação com simplicidade, por isso as empresas tinham confiança em vir para o município.
“Hoje, Aparecida está perdendo para cidades pequenas, como Hidrolândia, Terezópolis e Goianápolis, devido ao aumento das barreiras burocráticas. Por ser o Estado que dá o benefício fiscal e não o município, o empresário vai para onde quer, por ser dono de si mesmo. Estas perdas se resumem também pelo simples fato de estar faltando um pouquinho mais de humildade e de iniciativa do secretariado da Prefeitura de Aparecida, com exceções, claro”, pontua.
Osvaldo Zilli chegou a apresentar ao ex-prefeito Maguito Vilela empresas que planejavam ir para outras cidades, como Trindade, Palmeiras de Goiás e Rio Verde, então convencidas a mudar a rota para Aparecida. “Hoje, não vejo ninguém fazendo isso. Íamos a São Paulo procurar empresa e trazer, não íamos para passear”, asseverou.
Ele demonstra indignação com a falta de interesse da prefeitura em oferecer suporte para atrair investidores. Para Zilli, o secretariado atual está acomodado, apenas colhendo os frutos plantados em gestões anteriores, e demonstrando incapacidade para inovar com projetos que fomentem o crescimento e, principalmente, a geração de empregos.
Não seria a Covid-19 que espantou os investimentos em Aparecida? Zilli responde que sim, a pandemia trouxe o medo, mas os empresários não se intimidaram. “Houve determinação em continuar trabalhando, adequando as empresas e indústrias aos novos tempos e dando sequência para a produção.” A vacinação em marcha vai acabar estabilizando a economia, com reflexos positivos para o setor industrial, que não pode desacelerar, principalmente nos polos de Aparecida, acredita.
O empresário entende que Aparecida não esgotou o seu potencial para crescer economicamente e que ainda há margem para expansão. Porém, é preciso mudar a filosofia de comando para aproveitar o espaço que o município tem. “É uma crítica construtiva! O secretariado vai ter que aprender a receber as novas empresas, que possivelmente virão para nossa cidade. Acho que a burocracia da prefeitura está atrapalhando muito”, considerou.

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