Grupo de Goiânia investe em rock psicodélico e conquista espaço no cenário nacional
Vermute aposta em sonoridade psicodélica, letras densas e união entre os integrantes para conquistar espaço no cenário musical brasileiro
Em meio a uma cena dominada historicamente pelo sertanejo, uma nova banda de rock começa a emergir em Goiânia com um som autoral, denso e cheio de personalidade. Com influências que passam por Beatles, Tool, Dream Theater e Mirandex, a Vermute aposta no blues-rock psicodélico para marcar presença no cenário musical. A banda, fundada oficialmente em 2023, veio ganhar força a partir do segundo semestre de 2024, quando surgiram as primeiras oportunidades para se apresentar ao vivo.
O nome, escolhido em uma mesa de bar entre brincadeiras com nomes de bebidas, carrega a essência da proposta sonora do grupo. “Tem uma sonoridade que carrega um mistério, uma espécie de charme retrô que combina com a estética do nosso som. É forte, intenso e tem um certo amargor, assim como o vermute e assim como a gente”, define Rodrigo Cavadas, vocalista e um dos fundadores da banda.
União e afinidade como base
Composto por Rodrigo Cavadas (vocal e guitarra), Luan Carvalho (vocal e guitarra rítmica), Igor Oliveira (baixo), Harrison Pociano (bateria) e Guilherme Diniz (guitarra solo), o grupo nasceu de afinidades musicais e pessoais. Rodrigo e Harrison já se conheciam de projetos anteriores. Já Luan se juntou depois, de forma natural. Guilherme é o integrante mais recente, que chegou trazendo novas camadas ao som da banda.
Para Harrison, baterista, o que mais define o grupo é a união. “A gente se doa muito e se esforça ao máximo a cada ensaio e apresentação. Brincamos muito entre nós, e isso reforça o sentimento de amizade e de grupo, que é essencial para trabalhar em harmonia.”
Segundo o guitarrista Guilherme Diniz, a Vermute é fruto de uma verdadeira colagem de referências. “Cada um de nós traz coisas diferentes. Beatles, Dream Theater, Mirandex, Tool, entre outros. A gente mistura tudo o que consome e gosta. Apesar de nos identificarmos com o rock clássico, o resultado é uma coisa muito nossa”, afirma.
Fazer rock em Goiânia é desafio e inspiração
Atuar no cenário rock em Goiânia, terra natal de nomes como Jorge & Mateus e Marília Mendonça, é um desafio. Mas, para a Vermute, também é uma oportunidade. “Apesar do rock não ser dominante, hoje existe uma galera muito talentosa que continua criando e se movimentando. É desafiador, às vezes até frustrante, mas também muito inspirador. O público tem sede de música verdadeira, e a gente entrega isso”, afirma Rodrigo.
Mesmo com apenas um single lançado até agora, a recepção do público tem sido positiva. “Muita gente fala que o rock morreu. Mas quando vem uma banda nova, com som setentista, bem feito, as pessoas percebem que ainda tem vida aí. Estamos sendo bem recebidos, principalmente por essa galera que achava que o movimento tinha acabado”, explica o baixista, Igor Oliveira.
Primeiro álbum e mini turnê a caminho
Para 2025, os planos são ambiciosos. A banda está em fase de gravação do seu primeiro álbum, previsto para ser lançado em novembro. Segundo Rodrigo, o processo já passou pela pré-produção e agora avança na gravação dos instrumentos principais e elementos adicionais, como percussões e corais.
“A gente quer que o álbum seja uma obra completa, que conte uma história. Estamos cuidando de todos os detalhes: letras, arranjos, capa, identidade visual e clipes. A ideia é entregar algo coeso, emocional, com mensagens fortes. Falamos de solidão, liberdade, reencontros, pertencimento. É um disco denso, que atravessa desertos e cidades grandes ao mesmo tempo”, define o vocalista.
Paralelamente, a banda prepara uma mini turnê pelo Centro-Sul do Brasil, com datas e cidades ainda sendo definidas. A ideia é expandir o público e mostrar o som da Vermute ao vivo, onde eles sentem que a conexão com o público é ainda mais forte.