A economia brasileira registrou alta de 0,4% no segundo trimestre de 2025 em comparação com os três primeiros meses do ano. O avanço levou o Produto Interno Bruto (PIB) ao maior patamar desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1996.
Na comparação com o mesmo período de 2024, o crescimento foi de 2,2%. No acumulado do semestre e em quatro trimestres, as altas foram de 2,5% e 3,2%, respectivamente. Segundo o IBGE, o PIB brasileiro alcançou R$ 3,2 trilhões. Este é o 16º trimestre consecutivo de variação positiva, sequência iniciada após a queda de 0,6% no segundo trimestre de 2021.
Setores em destaque
Pela ótica da produção, serviços (0,6%) e indústria (0,5%) compensaram a queda da agropecuária (-0,1%). Já pelo lado da demanda, o consumo das famílias avançou 0,5%, atingindo recorde histórico, enquanto o consumo do governo recuou 0,6% e os investimentos caíram 2,2%.
Na comparação anual, a agropecuária foi protagonista, com salto de 10,1%, resultado do ganho de produtividade em culturas específicas.
Efeito dos juros
Apesar do crescimento, a expansão do PIB perdeu força em relação ao primeiro trimestre, quando havia avançado 1,3%. A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, explica que a desaceleração reflete os impactos da política monetária restritiva.
“As atividades de transformação e construção, que dependem de crédito, são mais afetadas nesse cenário. Isso ajuda a explicar a queda dos investimentos”, afirma.
O setor de serviços, menos sensível aos juros altos, sustentou o crescimento, impulsionado por atividades financeiras, seguros, tecnologia da informação e transporte de passageiros.
Desde setembro de 2024, a taxa Selic vem subindo e chegou a 15% ao ano, o maior patamar desde 2006. A medida busca conter a inflação, que está acima do teto da meta oficial de 4,5%. No entanto, os juros elevados encarecem o crédito, reduzem investimentos e podem enfraquecer emprego e renda.
Expectativas para 2025
O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (1º), projeta crescimento de 2,19% para o PIB em 2025. Já a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda trabalha com uma estimativa de 2,5%.
Em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%, no quarto ano consecutivo de expansão, resultado mais forte desde 2021, quando o PIB avançou 4,8%.
