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Inflação oficial recua 0,11% em agosto, menor resultado desde 2022

Resultado foi puxado principalmente por alimentos e energia elétrica.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,11% em agosto de 2025, marcando a primeira taxa negativa desde agosto do ano anterior (-0,02%). Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar do resultado mensal negativo, a inflação acumulada em 12 meses permanece em 5,13%, ainda acima do limite superior da meta oficial de 4,5%.

A redução de 4,21% na conta de energia elétrica, influenciada pelo Bônus de Itaipu que beneficiou 80,8 milhões de consumidores, foi o principal fator para o resultado negativo. Este desconto compensou a bandeira tarifária vermelha patamar 2 e representou impacto de -0,17 ponto percentual no índice. O grupo Habitação recuou 0,90%, a maior queda para um mês de agosto desde o início do Plano Real.

Os preços dos alimentos caíram pelo terceiro mês consecutivo (-0,46%), acumulando redução de 0,91% no período. Produtos como tomate (-13,39%), manga (-18,40%) e arroz (-2,61%) lideraram as quedas. O grupo Transportes também contribuiu para a deflação (-0,27%), com destaque para a redução nas passagens aéreas (-2,44%) e nos combustíveis (-0,89%).

Em contrapartida, alguns grupos registraram aumentos significativos: Educação (0,75%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,54%), Vestuário (0,72%) e Despesas Pessoais (0,40%). O reajuste nas mensalidades do ensino superior (1,26%) e de cursos de idiomas (1,87%) foram os principais responsáveis pela alta na educação.

Perspectivas para setembro

Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa, alertou que a deflação na energia elétrica será revertida em setembro com o fim do Bônus de Itaipu. “No mês que vem terá variação mais alta”, previu. O especialista calculou que sem a contribuição negativa dos grupos Habitação, Alimentação e Transportes, o IPCA de agosto teria ficado em 0,43%.

A inflação acumulada em 12 meses permanece acima do limite superior da meta (4,5%) pelo sexto mês consecutivo, configurando descumprimento formal das metas de inflação. O índice de difusão (percentual de produtos com alta) subiu de 50% para 57%, indicando que a pressão inflacionária permanece disseminada na economia, embora tenha diminuído no segmento de alimentos (de 50% para 47%).

O IPCA continua sendo o principal indicador para a política de metas de inflação do Banco Central, que tem como objetivo central manter a inflação dentro do intervalo de 1,5% a 4,5% ao ano.

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