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Complexos do Alemão e Penha vivem dia de caos após operação policial

 

Moradores dos Complexo do Alemão e Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, vivenciaram um cenário de apreensão e caos na terça-feira (28), durante a megaoperação policial denominada Operação Contenção. A ação mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das forças estaduais de segurança e resultou em bloqueios de vias, suspensão de aulas e forte impacto à rotina da população.

Segundo a corporação, foram cumpridos mais de 100 mandados de prisão e mais de 70 fuzis apreendidos, bem como pistolas e outros artefatos em posse de criminosos. O governo do estado afirmou que a operação visava conter o avanço da facção Comando Vermelho.

Entretanto, especialistas classificaram a ação como uma “cortina de fumaça” que expôs a população a risco e não foi capaz de reduzir efetivamente o crime organizado. A professora Jacqueline Muniz, do Departamento de Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense (UFF), chamou o planejamento de “amador” e de uma “lambança político-operacional”.

Os impactos à população foram imediatos: escolas fechadas, linhas de ônibus suspensas e vias interditadas. Em nota, o órgão de transporte coletivo informou ter alterado itinerários de mais de 120 linhas.

Já o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, defendeu a operação e declarou que, se necessário, “excederá os limites e as competências do governo estadual” para proteger a população. Ele também afirmou que não recebeu apoio formal do governo federal, embora tenha solicitado transferência de detentos para presídios federais.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, no entanto, afirmou que não havia recebido pedido oficial de apoio à operação até o momento.

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro informou, na manhã desta quarta-feira (29), que já passa de 130 o número de mortos após uma megaoperação das forças de segurança do Rio de Janeiro nos complexos da Penha e do Alemão.

Segundo o órgão, já são contabilizadas as mortes de 128 civis e quatro policiais, em um total de 132 mortos. A Praça da Penha, na Zona Norte do Rio, amanheceu com uma fila de corpos estendidos em uma lona pela manhã.

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