Técnica do fio longo permite implante capilar sem raspar a cabeça
Folículos são extraídos da área doadora e realocados inteiros para a de destino, o que garante resultado imediato e sem marcas visíveis. “Alia estética e discrição”, explica dermatologista Domingos Coelho

Técnica recente que passou a ser utilizada nas cirurgias de transplante capilar, a long-hair FUE (Extração de Unidades Foliculares) ou no-shave FUE, conhecida também como fios longos, cresce e desperta o interesse de médicos e de pacientes que desejam um pós-operatório ainda mais discreto. Diferentemente das técnicas tradicionais, por ela não é necessário raspar total ou parcialmente o couro cabeludo para retirar e implantar os folículos. O paciente sai da cirurgia com os fios já aparentes, sem as marcas visíveis do procedimento.
“Com a técnica de fios longos, podemos trabalhar mantendo certo comprimento dos fios. Isso traz um resultado imediato, que alia estética e discrição”, explica o dermatologista Domingos Coelho, que é membro da Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar (ABCRC) e sócio-fundador da Clínica Capilife, que possuiu unidades em Anápolis e Goiânia.
A procura pela técnica tem aumentado, sobretudo entre mulheres, e profissionais que não desejam expor a cabeça raspada durante o período de recuperação. O transplante com fios longos permite que o paciente volte rapidamente à rotina social, sem aparentar que passou por uma cirurgia capilar. “Além da questão estética, a cirurgia com fios longos é mais recomendada para pacientes que desejam corrigir pequenas falhas ou aumentar a densidade sem que tenha que passar por grande mudança na aparência”, diz Jefferson Freitas, cirurgião e sócio-fundador da Capilife.
Os cirurgiões, que comandam equipes que já atenderam a mais de 3,5 mil pacientes com tricologia e a técnica FUE, explicam que o princípio da fio longo é praticamente o mesmo. “As unidades foliculares são retiradas uma a uma da área doadora e implantadas nas regiões onde existe falha ou rarefação. A diferença é que, na long-hair, cada enxerto é mantido com o fio inteiro, sem a raspagem.”
Para essas cirurgias, são exigidos mais conhecimento e habilidade da equipe médica, além de instrumentos mais delicados e com mais tecnologia. Com a necessidade de manipulação minuciosa e, conseguintemente, de mais tempo para a realização, a cirurgia é um pouco mais cara, em relação aos métodos mais tradicionais. “Enquanto outras cirurgias aqui na clínica levam de seis a oito horas, em média, o transplante com fios longos pode chegar a dez horas de duração, e sempre com áreas menores a serem preenchidas”, observa Domingos Coelho.
A técnica, no entanto, não costuma ser recomendada quando se exige grande cobertura, sendo ideal para casos com pouca ou média necessidade de enxertos, como as de rarefação localizada, falhas frontais ou reforço de densidade, em transplantes femininos e em correção de cicatrizes. O correto é o paciente procurar um dermatologista especializado para uma avaliação prévia.
A recuperação, embora siga protocolos semelhantes ao transplante convencional, conta com alguns cuidados adicionais, já que se mantém o comprimento dos fios. “A higienização e o manuseio do cabelo no pós-operatório exigem ainda mais cuidado e delicadeza”, diz Jeferson. No mais, o paciente deve evitar se expor ao sol, praticar atividades físicas e usar bonés ou capacete até que os folículos implantados estejam bem cicatrizados.



