
O julgamento de Diego Fonseca Borges, acusado de matar a namorada Ielly Gabriele Alves, de 23 anos, e filmar o crime em novembro de 2023, foi suspenso nesta quinta-feira (4) pelo Tribunal do Júri de Jataí, no sudoeste de Goiás. A paralisação ocorreu após a defesa do réu abandonar o plenário, alegando que manifestações da plateia comprometeram a imparcialidade dos jurados.
Segundo a banca de advogados, houve reações do público durante o depoimento de uma testemunha, o que teria influenciado os jurados e tornado inviável a continuidade da sessão. Em nota, os defensores informaram que solicitaram a dissolução do conselho de sentença, afirmando que o episódio “criou um ambiente de pressão e comprometeu a serenidade necessária para o julgamento imparcial”. O pedido, no entanto, foi negado pelo juiz responsável pelo júri.
Diante da negativa, os advogados decidiram deixar o plenário, o que resultou automaticamente na suspensão do julgamento. A advogada Mirelle Gonzalez Maciel, integrante da defesa, afirmou que a manifestação da plateia contaminou os jurados: “O júri não permite isso. O jurado tem que estar incomunicável. Houve manifestação clara que tornou impossível seguir”.
O Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou Diego Fonseca por feminicídio, qualificando o crime por motivo torpe, mediante emboscada, impossibilidade de defesa da vítima e por razões da condição do sexo feminino. O caso ganhou repercussão nacional após a divulgação do vídeo gravado pela própria vítima momentos antes de ser morta com um disparo de arma de fogo.
A defesa nega que a saída do plenário tenha sido uma manobra processual e afirma que o objetivo é garantir a lisura do julgamento. Um novo júri será marcado, desta vez com reforço das medidas para assegurar as garantias constitucionais e a imparcialidade dos jurados.



