Sistema de saúde pode colapsar em 10 anos sem unificação de dados, alerta Ismael Alexandrino
Em evento na Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, deputado federal propõe integração digital do SUS que pode economizar R$ 100 bilhões por ano; projeto tramita na Câmara

O Sistema Único de Saúde (SUS) corre o risco de entrar em colapso em menos de uma década se não houver urgente estruturação e unificação dos dados de saúde no país. O alerta foi feito pelo deputado federal e médico Ismael Alexandrino (PSD-GO) durante evento da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FESAÚDE), realizado na última segunda-feira (8) no auditório do Think Tank Arca, na capital paulista.
Autor do Projeto de Lei 3719/2025, que propõe a transformação digital e modernização dos sistemas de gestão do SUS, Alexandrino apresentou dados que mostram um potencial de economia superior a R$ 100 bilhões anuais com a integração de informações nas três esferas do sistema de saúde: público, terceiro setor e privado.
“Não podemos gerir o que não medimos. Se não conseguirmos medir com dados estruturados o impacto das doenças crônicas em nossa população, não conseguiremos afetar positivamente a vida dos brasileiros e garantir a sustentabilidade do nosso sistema”, afirmou o parlamentar durante o encontro que reuniu principais representantes do setor de saúde do país.
O deputado destacou o crescimento acelerado de um “tripé” de patologias que pressionam o sistema: doenças crônicas (cardiovasculares e demenciais), oncológicas e problemas de saúde mental, incluindo suicídio. Segundo ele, a ausência de dados estruturados impede a criação de políticas públicas eficazes para enfrentar essas condições, que hoje lideram os atendimentos nos setores público e privado.
O projeto prevê diretrizes para troca eficiente e segura de informações entre sistemas, com adoção de tecnologias digitais de ponta. Segundo estudos do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), a medida pode gerar redução de custos de até 20% e diminuir drasticamente cadastros e exames duplicados, além de retrabalhos diagnósticos. Para a saúde suplementar, a economia estimada pode chegar a 18%.
“Diante de um país de proporções continentais, a integração e a padronização dos dados de 213 milhões de brasileiros certamente é um caminho que pode nos ajudar a ter um raio-X cada vez mais preciso da nossa população”, avaliou Francisco Balestrin, presidente da FESAÚDE. O PL 3719/2025 tramita atualmente nas comissões de Ciência e Tecnologia, Saúde e Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, com previsão de ir a plenário no primeiro semestre de 2026.



