Goiás enfrenta um aumento preocupante no número de queimadas devido à estiagem prolongada, com mais de 40 dias sem chuvas em todas as regiões. Dados do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO) revelam que, entre janeiro e maio de 2025, foram registrados 552 focos de incêndio, média superior a cinco ocorrências diárias, um aumento de 48% em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2024, o estado contabilizou 4.311 registros de queimadas.
O setor elétrico também sofre impactos diretos. A Equatorial Goiás registrou 72 casos de incêndios que afetaram o fornecimento de energia nos primeiros sete meses deste ano. O alerta é ainda maior porque, historicamente, 94% das ocorrências anuais concentram-se no segundo semestre. “Estamos no início de um período crítico, que exige ação preventiva para proteger a rede elétrica e a população”, afirma Vinicyus Lima, gerente do Centro de Operações Integradas da distribuidora.
Monitoramento e ações emergenciais
A concessionária reforçou o monitoramento em tempo real da rede de distribuição em todo o estado. Quando uma queimada atinge os cabos, equipes realizam manobras telecomandadas para minimizar os danos e restabelecer a energia em menos de um minuto – processo que, sem essa tecnologia, poderia levar horas. Enquanto isso, técnicos são enviados ao local para reparar os trechos danificados.
O Centro de Operações Integradas atua 24 horas por dia, prontamente acionado em casos de emergência. A empresa orienta a população a acionar o Corpo de Bombeiros em situações de incêndio e a manter distância da rede elétrica, já que o fogo pode causar curtos-circuitos e riscos de choque.
Regiões em estado de atenção
De acordo com o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (CIMEHGO), áreas como o norte e oeste do estado já ultrapassam 70 dias sem chuva. A previsão para os próximos dias indica umidade relativa do ar entre 21% e 30%, nível que configura estado de atenção.
Mais de 35 cidades goianas estão em risco elevado de queimadas, incluindo Goiânia, Aparecida de Goiânia, Catalão, Formosa, Mineiros e Novo Gama. A Defesa Civil e órgãos ambientais reforçam campanhas de prevenção, alertando sobre os perigos de queimadas ilegais e a importância de evitar ações que possam provocar incêndios acidentais.
Com a persistência do tempo seco, autoridades reforçam a necessidade de medidas preventivas para reduzir danos ambientais, prejuízos à infraestrutura e riscos à saúde pública.